ESQUERDA E DIREITA
A oposição entre as duas correntes é imprecisa, ampla, e consiste numa interpretação dicotômica de uma série de fatores determinantes. Geralmente são entendidas como polaridades opostas de um mesmo espectro político e ideológico. Assim, um partido poderia ser "esquerda" em determinadas instâncias e "direita" em outras.
A origem dos termos remonta à Revolução Francesa, onde os membros do Terceiro Estado se sentavam à direita do rei enquanto os do clero e da nobreza se sentavam à esquerda. Os mais radicais que normalmente eram contra as decisões ficaram conhecidos como a esquerda enquanto os favoráveis as decisões eram os de direita.
Não há fatores determinantes e conclusivos que descrevam a "esquerda" ou a "direita", dependendo geralmente dos grupos e viés dos defensores de um lado ou de outro. Geralmente algumas definições usadas para definir os lados:
Luís XV teve de declarar a "bancarrota" do Estado. A fim de resolvê-la, convocou em 1788 os Estados Gerais, um parlamento medieval que se tinha reunido pela última vez em 1614 (primeiro estado: o clero; segundo estado: a nobreza; terceiro estado: o resto da população).
Depois de afirmar que o rei não mandava nada, os Estados Gerais transformaram-se em Assembleia Nacional (não dos estados, mas do povo), propôs eleições e dissolveu-se. Nasceram como cogumelos vários clubes políticos. O mais importante foi o clube bretão, de Danton e Robespierre. O clube mudou-se para um convento jacobino, e por isso os seus membros passaram a ser designados por jacobinos. Para outros, este clube era muito burguês, e fundaram o Clube Cordelier, de Marat (o clube reunia no mosteiro Cordelier, franciscano). Do outro lado do espectro político, os monárquicos fundaram o seu próprio clube, o de Lafayette e Talleyrand.
Realizaram-se as eleições e a assembleia foi eleita. Escolheram-se os lugares. Os contrários ao status quo de então ficaram do lado esquerdo. Os fiéis ao rei ficaram do lado direito. É daí que vêm as designações "esquerda" e "direita".
Extrema-direita é a denominação dada a posições políticas situadas no extremo direito do espectro ideológico. Posições extremadas tendem a se fortalecer em períodos de crise, como aquele que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.
Geralmente grupos de extrema-direita repudiam tanto o comunismo quanto o liberalismo, assim como os estrangeiros e imigrantes, e defendem idéias como nacionalismo e patriotismo.
Em alguns países é associada ao militarismo para tomada do poder.
Em Portugal, o único partido político conotado com a extrema-direita é o Partido Nacional Renovador que tem uma implantação residual.
São comumente classificadas como de extrema-direita os seguintes movimentos, regimes políticos e ideologias: (Wikipédia)
O Centrismo (Centro)- na política, é a posição de quem se encontra no centro do espectro ideológico.
Para alguns, há apenas duas posições políticas: a de esquerda e a de direita. Porém, há a visão centrista, que é utilizada pelos moderados. Os centristas são contrários ao capitalismo selvagem e ao marxismo.
Um partido de centro não é nem capitalista extremado e nem comunista. Ele vê a necessidade de defender o capitalismo sem deixar de se preocupar com o lado social. Na visão da política de centro, não deve haver extremismos ou intransigências, a sociedade não deve ser extremamente capitalista e nem comunista, devendo haver um meio-termo. Os políticos de centro são caracterizados como sendo mais conciliadores, articuladores e menos intolerantes.
O Esquerdismo - além de ser anticapitalista, também recusa o reformismo, a via parlamentar e o processo eleitoral, a social-democracia, o bolchevismo e assim por diante. Não há itens, por assim dizer, programáticos, afirmativos, comuns ao esquerdismo. Disso, resulta uma definição do esquerdismo como um conjunto de fragmentos do avesso do leninismo.
De fato o qualificativo "esquerdista" é um reducionismo, já que as várias vertentes não leninistas (os vários "esquerdismos") são igualmente incluídas na categoria de 'desviacionistas' e tratadas como um bloco monolítico. Os conteúdos programáticos de cada uma delas não são considerados - embora haja significativas diferenças entre, por exemplo, o comunismo de conselhos, antipartido, e a Esquerda Comunista italiana, bordiguista, que defende o partido-seita, extraparlamentar - pois apenas o desvio em relação ao leninismo é relevante. E, sendo o desvio o ponto comum a todas elas, este é erigido como elemento definidor do conjunto, que a seguir será facilmente desqualificado, dada a ausência de propostas, por ser desprovido de qualquer sentido prático.
O extrema-esquerda é empregado para designar correntes políticas situadas à esquerda dos partidos socialistas e dos partidos comunistas tradicionais. Assim, pode aplicar-se genericamente a qualquer partido de esquerda mais radical do que os partidos comunistas criados a partir da III Internacional, ou aos movimentos revolucionários anticapitalistas, situados à esquerda dos movimentos reformistas e da esquerda antiliberal.
Embora geralmente defendam reformas radicais do sistema social, político e econômico, distribuição equitativa da riqueza e descentralização do controle dos meios de produção, não são necessariamente marxistas, ainda que frequentemente sejam relacionadas ao marxismo.
Para certos setores da extrema esquerda, os partidos comunistas expressam a degeneração do regime soviético em capitalismo ditatorial de Estado ou se converteram em partidos burgueses, ao aceitar a participação no modelo parlamentar usual.
Radicalmente oposta à extrema-direita no espectro ideológico, atualmente uma das linhas de atuação da extrema esquerda é a oposição, de caráter internacionalista, às políticas de globalização financeira e ideológica.
As correntes políticas designadas como de extrema esquerda muitas vezes rejeitam essa designação, por sua possível associação ao extremismo.
CONSERVADORES E LIBERAIS
O conservadorismo ou conservantismo é um termo usado para descrever posições político-filosóficas, alinhadas com o tradicionalismo e a transformação gradual, que em geral se contrapõem a mudanças abruptas (cuja expressão máxima é o conceito de revolução) de determinado marco econômico e político-institucional ou no sistema de crenças, usos e costumes de uma sociedade.
Para os conservadores, as melhores instituições sociais e politicas não são aquelas que são inventadas pela razão humana (como defende o chamado racionalismo político), mas sim as que resultam de um lento processo de crescimento e evolução ao longo do tempo (como a não-escrita constituição inglesa face às Constituições promulgadas pelos revolucionários franceses).
Assim, para os conservadores não faz sentidos elaborar projectos universais de sociedade ideal - não só tal sociedade será inatingível (devido ao que acreditem ser a imperfeição intrínseca da natureza humana), como, devido a diferentes povos terem diferentes histórias e tradições, o modelo social mais adequado a um povo não será o mais apropriado a outro - criticando os revolucionários franceses.
Os conservadores consideram que o individualismo e as promessas de liberdade irrestrita conduzem ao estatismo e ao Totalitarismo: para eles, a dissolução da sociedade realmente existente e das suas instituições tradicionais intermédias gera um vazio que abre caminho ao crescimento da máquina estatal; assim, os conservadores fazem a apologia desses corpos intermédios (família, Igreja, comunidade local, etc.), em oposição tanto ao individualismo como ao estatismo e ao coletivismo).
Há conservadores que se aproximam do tradicionalismo, por exemplo quando se opõem à representação política individualista, baseada no princípio “um homem, um voto”, baseando-se no reconhecimento exclusivo do Estado e do Indivíduo, e ignorando os corpos intermédios. Em alternativa ao sufrágio igualitário, directo e universal, os tradicionalistas têm lutado por sistemas de representação de grupos (e não dos indivíduos), defendo representações não ideológicas, como a representação municipal ou sindical, o mesmo número de deputados por região (independentemente da população), etc.
Hoje em dia, os conservadores ingleses não só os ligados ao Partido Conservador do Reino Unido tendem sobretudo a defender o que está, como a defesa dos lordes hereditários, e os conservadores americanos sejam ou não ligados ao Partido Republicano dos Estados Unidos já defende o Colégio Eleitoral (em que o presidente é, formalmente, eleito pelos estados e não pelos indivíduos).
O Conservadorismo liberal é uma variação do conservadorismo político, no qual incorpora elementos liberais. Conservadores liberais modernos da Europa combinam as políticas conservadoras atuais com posições mais liberais em questões morais ou sociais. A maior parte dos partidos de centro-direita na Europa são conservadores liberais. Comparado a outros partidos centro-direitistas, como os democratas-cristãos, o conservadorismo liberal é menos tradicionalista, e mais liberal economicamente, favorecendo baixos impostos e não-intervenção estatal na economia. O original “conservadores liberais” foram aqueles que combinaram atitudes sociais conservadoras com uma visão econômica liberal clássica. A longo do tempo, a maioria dos conservadores no mundo ocidental vieram adotar idéias econômicas do livre mercado.
O liberalismo é um sistema político-econômico baseado na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal.
A palavra "liberal" deriva do latim, liber ("livre", ou "não-escravo"), e está associada com a palavra "liberdade", libertário
O individualismo metodológico ensina que os indivíduos constituem a unidade básica de compreensão, juízo e ação na realidade. O individualismo jurídico significa que as relações de direitos e deveres têm como agente as pessoas humanas. Coletividades não podem possuir direitos ou deveres a não ser pela coincidência desses com os indivíduos que a compõem.
A propriedade privada é a instituição jurídica que reconhece a exclusividade de uso de um bem material pelo seu possuidor.
Governo limitado é a consequência da redução do poder político. Para os liberais, todo poder coercitivo deve ser justificado, sendo a liberdade humana uma presunção universal.
Por ordem espontânea compreende-se o conjunto de instituições que são criadas pela ação humana sem a premeditação humana. A linguagem e o mercado são exemplos de ordem que emergem da sociedade independente do controle de um indivíduo ou de um grupo. Grandes contribuições foram feitas sobre a teoria de ordem espontânea pelo economista Friedrich Hayek.
Estado de direito é a aplicação política da igualdade perante a lei. As leis pairam igualmente acima de todos os grupos da sociedade, independente de cor, sexo ou cargo político. Não deve, portanto, representar determinado arbítrio, mas ser objetivamente imparcial.
Livre mercado é o conjunto de interações humanas sobre os recursos escassos sem ser restrito pela imposição política de interesses particulares. Difere-se, assim, de sistemas protecionistas ou mercantilistas. Enquanto explicava o funcionamenteo do mercado, a economia clássica de Adam Smith, David Ricardo, Anne Robert Jacques Turgot e Jean-Baptiste Say também caracterizava-se pela oposição às formas de restrições ao comércio.
Começou a se fortalecer em meados do século XIX, após as décadas de 1830-1840, teve sua maior representação na França. Se juntou mais tarde à ideia no Nacionalismo, onde foi usado como pilar da Unificação da Alemanha (1864-1870 - Otto von Bismarck) e a Unificação da Itália (1848 - Mazzini e Garibaldi) .
Fonte: http://pt.wikipedia.org/
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