Não se escreve. Os romanos não tinham um sinal para representar o zero porque simplesmente não precisavam representar o nada. Essa necessidade só surgiu quando se criou um sistema numérico posicional, ou seja, um sistema no qual a posição dos algarismos dá a eles valores diferentes. Complicado, né?! Para entender direitinho, pense nos números 35 (numeral arábico) e XI (11, em romanos). Agora inverta a posição dos algarismos e terá 53 e IX (9). No número arábico, "3" representa três dezenas, no primeiro caso, e três unidades, no segundo. Já no exemplo romano, "X" representa uma dezena nos dois casos. Portanto, o sistema romano não é posicional. "E daí?", pergunta você. Daí que, em um sistema posicional, o zero faz toda a diferença. E ao perceber isso, os hindus revolucionaram a matemática, criando uma representação numérica que possibilitou o desenvolvimento de cálculos no papel - os romanos só faziam contas no ábaco (aquele quadro cheio de bolinhas que correm de um lado para o outro). "Há quem diga que o zero é uma das maiores invenções da humanidade, por ter aberto espaço para a criação de todas as operações matemáticas que conhecemos hoje", diz o matemático Luiz Imenes, autor do livro Os Números na História da Civilização, entre outros. Na verdade, embora os hindus sejam geniais, eles se aproveitaram de outra sacada de gênio vinda dos babilônios. Foram eles que criaram o sistema posicional e, como conseqüência, a noção de zero também. Para contar 301 ovelhas, por exemplo, um pastor botava uma bolinha em um cesto que representava as unidades, nenhuma no das dezenas e três no das centenas. Os babilônios passaram isso para o papel (na época, uma tábua de barro) e no lugar do "nenhuma bolinha" puseram um espaço vazio (3_1). Os hindus aperfeiçoaram a idéia, criando um sinal para o zero (chamado shúnya). Aí passaram a criação para os árabes, que inventaram o sistema que usamos hoje.
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-se-escreve-zero-em-numeros-romanos
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