quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Costura da Dapinha: Gravata

Ela surgiu na França do final do século XVII. Tradicionais lançadores de modas, os franceses adaptaram uma peça do vestuário de um regimento croata, de passagem por Paris em 1668, para o uso diário nas ruas. Os croatas usavam um cachecol de linho e musselina que mantinha o pescoço fresco no verão e quente nos dias mais amenos de inverno (quando o frio se intensificava, era trocado por um modelo de lã). Na França, o adereço passou a ser fabricado em linha ou renda. Era usado com um nó no centro, como a gravata moderna, e tinha duas longas pontas soltas. A indumentária, usada tanto por homens quanto por mulheres, recebeu o nome de cravate, que significa "croata" em francês. Muito antes disso, porém, no século I a.C., os soldados romanos já usavam algo parecido: um cachecol úmido, amarrado no pescoço nos dias mais quentes. Mas, com o fim do Império Romano, esse hábito acabou caindo no esquecimento e só ressurgiu séculos mais tarde, para ganhar definitivamente as ruas.
Nós

Existem dezenas, mas os mais conhecidos são sem dúvida o Nó de Windsor, o Meio-Windsor, o Nó Americano ("Four-in-Hand") e o Nó de Shelby, também conhecido com Nó de Pratt.
Os nós de gravata são invariavelmente executados com movimentos da ponta mais larga da gravata, partindo de uma posição inicial em que ambas as pontas ficam caídas ao longo do corpo, até um ponto que varia conforme o comprimento da gravata e a complexidade do nó desejado. Os nós mais usados iniciam-se com a costura da gravata voltada para dentro, mas existem alguns excelentes nós de gravata (como o Nó Ordinário e o Nó de Shelby (ou de Pratt)) que precisam ser iniciados com a costura exposta para fora.
Curiosamente, o nó mais simples possível é pouco conhecido. É chamado, na análise de Fink e Mao, "nó 3.1" e, pelos franceses, "Petit Noeud". Talvez isso se deva ao facto de, ao contrário dos nós de gravata mais conhecidos, o "Nó Ordinário" ser iniciado com a costura da gravata exposta para fora em vez de voltada para o corpo, e o movimento inicial é feito por baixo da ponta mais estreita (em vez de por cima). A seguir, a ponta larga é movida horizontalmente por cima para o lado oposto do corpo, e por fim completa-se o nó propriamente dito ao passar a ponta larga por dentro do anel assim formado, descendo-o em seguida por entre o anel e o laço horizontal que foi formado inicialmente. Nesse ponto resta apenas ajustar o comprimento e a tensão do nó. O resultado final é literalmente apenas um nó simples em volta da ponta estreita da gravata, mas em muitos sentidos é mais satisfatório do que o popular nó americano.

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