Desde a literatura até o cinema, os corvos sempre foram animais associados a elementos obscuros e sombrios e até mesmo à morte. O clima de mistério que gira em torno dessas aves fez com as pessoas tivessem mais medo do que curiosidade em descobrir mais detalhes sobre o animal.
Para acabar com a ideia de que os corvos são animais malignos, confira 10 fatos fascinantes sobre essas aves selecionados pelo pessoal do Mental Floss. Certamente depois de ler esse artigo você vai passar a ver os corvos de maneira diferente.
1. Os corvos são inteligentes
Há quem diga que a inteligência dessas aves equivalha a dos chimpanzés e dos golfinhos. Na natureza, os corvos já provaram que são capazes de atirar pedras nas pessoas para evitar que elas alcancem seus ninhos, assim como podem se fingir de mortos ao lado da carcaça de um castor para espantar outros corvos e garantir que serão os únicos a saborear o banquete.
Ainda, se perceber que está sendo observado por outro corvo, o pássaro esconde seu alimento e engana seu colega, fazendo de conta que guardou a comida em um lugar, quando na verdade o esconderijo é outro. Mas como todos os corvos são igualmente inteligentes, nem sempre essa tática funciona.
2. Os corvos imitam a voz humana
Não é à toa que Edgar Allan Poe dedicou um de seus poemas mais importantes a um corvo misterioso que repetia a palavra “nevermore” ao longo do texto, assim como o animal do vídeo acima. Quando criadas em cativeiro, essas aves conseguem até mesmo falar com mais habilidade do que alguns papagaios, imitando também barulhos de carros, descargas e reproduzindo sons característicos de outros animais.
Na natureza, os corvos são conhecidos por imitar o som de lobos e raposas para atrair essas espécies até carcaças que eles não conseguem abrir. Assim que o animal termina de se alimentar, o corvo aproveita os restos sem fazer esforço.
3. Os corvos usam linguagem corporal
Além de ter a capacidade de imitar a voz humana e os sons de outros animais, os corvos também usam a linguagem corporal de maneira sofisticada para se comunicar. Um estudo realizado na Áustria mostrou que as aves usam seus bicos para indicar um objeto a outro pássaro – que é basicamente o mesmo que apontarmos os dedos para algo. Os pesquisadores identificaram que os corvos também seguram objetos para poder chamar a atenção de outro corvo. Depois dos primatas, essa é a primeira vez que a ciência encontra esse tipo de linguagem entre os animais.
4. Os corvos se adaptam facilmente
A história da espécie mostrou que esses animais podem viver nos mais diversos habitats – montanhas nevadas, desertos, florestas etc. Sua dieta também é vasta e inclui peixes, carnes, sementes, frutas, carniça e lixo. Se preciso, um corvo pode chegar a enganar outro animal para poder roubar sua comida. Tendo poucos predadores, eles chegam a viver 17 anos na natureza e até 40 anos em cativeiro.
5. Os corvos representavam a encarnação do mal na Europa
O pequeno animal de plumas negras representava o próprio mal em algumas culturas europeias. Na França, acreditava-se que os corvos eram as almas de padres e freiras perversos. Para os alemães, as aves eram a reencarnação das almas condenadas e, às vezes, representavam o próprio Diabo.
Já na Suécia, os corvos que grasnavam durante a noite eram considerados as almas das pessoas assassinadas que não tiveram direito a um funeral católico. Por fim, os dinamarqueses acreditavam que se você visse um corvo que tivesse um buraco na asa, ao olhar através desse buraco você se transformaria em um corvo também.
6. Os corvos fazem parte de muitos mitos
Desde o Tibete até a Grécia, as pessoas acreditavam que os corvos eram mensageiros dos deuses. Durante as batalhas, as deusas celtas se transformavam em corvos. Já Odin, o deus da mitologia nórdica, tinha dois corvos – Hugin (pensamento) e Munin (memória) –, que voavam ao redor do mundo durante o dia e, à noite, contavam ao deus tudo o que tinham visto.
Os chineses diziam que os corvos traziam um clima ruim para as florestas para avisar às pessoas de que os deuses passariam por ali. E algumas tribos nativas da América adoravam o corvo como uma deidade, além de o descreverem como um “pregador de peças” que estaria envolvido na criação do mundo.
7. Os corvos são extremamente brincalhões
Talvez os nativos americanos não estivessem de todo errados quanto à natureza brincalhona dos corvos. Essas aves já foram vistas usando montanhas do Alaska e do Canadá como grandes escorregadores. Além disso, é comum que os corvos brinquem de “bobinho” com outras espécies, como lobos, lontras e cães.
Os corvos também fazem brinquedos – o que é um comportamento bem raro entre os animais – usando galhos, pinhas, bolas de golf ou pedras para brincarem sozinhos ou em grupo. Mas o mais engraçado é que os pássaros também provocam ou tiram sarro de outros animais simplesmente porque acham divertido.
8. Os corvos tomam banho de formigas
O comportamento estranho, mas bastante comum, também é frequente entre outras espécies de pássaros. Para tomar um banho de formigas, as aves se deitam em cima de uma trilha de insetos para que as formigas entrem em suas penas. Outra alternativa é mastigar os insetos e passar a “pasta de formigas” nas penas.
Algumas teorias acreditam que as aves fazem isso porque as formigas têm uma ação inseticida e fungicida no corpo do pássaro. Outros dizem que a secreção das formigas ajuda quando as aves perdem penas. Existe ainda aqueles que acreditam que os pássaros fazem isso simplesmente por hábito.
9. Os corvos têm empatia
Por mais que sua natureza seja travessa e brincalhona, essas aves são capazes de sentir empatia. Quando um corvo perde uma batalha, ele é consolado por seus colegas. Eles também mantêm a memória de pássaros com os quais se deram bem e podem chegar a ser amigáveis com esses animais até três anos depois. No mesmo sentido, os corvos respondem negativamente aos inimigos e agem de maneira suspeita quando encontram corvos estranhos.
10. Os corvos formam gangues na adolescência
Os corvos costumam escolher seus pares e viver com eles em um território fixo por toda a vida. Quando seus filhotes atingem a adolescência, eles deixam o lar e formam “gangues” com outros corvos da mesma idade. Esses grupos de pássaros jovens viverão e comerão juntos até encontrarem seus pares, quando então passarão a viver em duplas, seguindo o exemplo de seus pais.
O mais interessante desse comportamento é que os cientistas descobriram que a vida dos adolescentes é mais estressante. Ao analisar os níveis hormonais presentes no sangue de jovens e adultos, foi possível notar maiores concentrações dos hormônios ligados ao stress no organismo dos adolescentes. O que nos faz concluir que passar por essa fase da vida não é fácil pra ninguém.
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